O Vaticano esclareceu esta terça-feira que o Papa Bento XVI apenas admitiu o uso de preservativos para evitar doenças sexualmente transmissíveis, nunca como meio contraceptivo.
Em Novembro, a publicação em livro de uma entrevista de Bento XVI ao jornalista Peter Seewald, veio revolucionar a posição da Igreja sobre o uso de preservativos. Assim, a Congregação para a Doutrina da Fé, órgão da Igreja Católica, explicou que os comentários do Papa foram mal entendidos pela opinião pública.
O órgão responsável pela divulgação da fé no Mundo reforçou a ideia de que o preservativo é aceitável «em certas situações», como por exemplo pessoas que se prostituem e, assim, devem proteger a saúde, como «um acto de responsabilidade moral».
Na nota hoje difundida pode ler-se que «é totalmente arbitrária a ideia de que o Papa considera ser lícito, em alguns casos, recorrer ao uso do preservativo para evitar uma gravidez não desejada».
De acordo com a nota intitulada «Sobre a banalização da sexualidade - A propósito de algumas leituras de Luz do mundo», não houve qualquer mudança da Igreja em relação à regulação da natalidade, assinada na encíclica ‘Humanae vitae’, pelo Papa Paulo VI, em 1968, na qual «se exclui qualquer acção que, quer em previsão do acto conjugal, quer durante a sua realização, quer no desenrolar das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação».
Segundo a Igreja, Bento XVI não se pronunciou sobre moral conjugal nem sobre contracepção na entrevista a Peter Seewald. As palavras do Papa, diz a Congregação para a Doutrina da Fé, foram, sim, sobre a prostituição, um tema «completamente diverso» e que «a Igreja desde sempre considerou gravemente imoral».
A utilização do preservativo, defende a Igreja, é aceitável para evitar a propagação de doenças, mas não é o caminho para lidar com o mal em causa.
«Quem sabe que está infectado pelo HIV” [SIDA] coloca conscientemente em sério risco a vida de outra pessoa, com repercussões ainda na saúde pública», declara a Congregação para a Doutrina da Fé, explicando desta forma em que moldes admite a Igreja que sejam usados preservativos.
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